No ano em que assinala um século de vinhas e vinhos, a Casa Ermelinda Freitas regista o maior número de prémios alguma vez obtido, colocando a região da Península de Setúbal (uma vez mais) no mapa. Mas não esquece a realidade local, tendo dado um precioso apoio no combate à Covid-19, através da produção de álcool-gel.

2020 é o ano de comemoração dos 100 anos de vinhas e vinhos da Casa Ermelinda Freitas, a empresa que resulta do trabalho desenvolvido por quatro gerações da família, caminhando e envolvendo já a quinta. Este trabalho provém do amor à terra, ao próximo, de uma família simples, honesta, trabalhadora, com grandes valores sociais e morais. «Foi esta a minha sorte, ter tido a transmissão de todos estes saberes e sentimentos das três primeiras gerações, a quem eu agradeço todos os dias os princípios pelos quais ainda hoje sigo na minha maneira de estar na sociedade.

Sem dúvida que as mulheres fizeram a diferença na gestão da Casa Ermelinda Freitas, e o futuro tudo aponta que seja mais uma mulher a dar continuidade à gestão. Mas como gosto de dizer, não existem trabalhos para homens nem mulheres, mas sim as pessoas certas para os trabalhos certos», afirma Leonor Freitas, sócia-gerente da Casa Ermelinda Freitas. A responsável afirma que se trata de um processo de evolução de trabalho, aprendizagem e muito respeito e agradecimento aos colaboradores. E sem esquecer os consumidores que, ao preferirem os vinhos da Casa Ermelinda Freitas, ajudaram a marca a chegar onde chegou. Leonor Freitas afirma ser uma grande alegria poder dar continuidade ao trabalho das gerações passadas.

Nos últimos 30 anos, a empresa passou de 60 hectares para 550 de venda de vinho a granel, sem marca, para a criação de marcas que fazem parte do portefólio da Casa Ermelinda Freitas (Dona Ermelinda, Terras do Pó, Dom Campos, Quinta da Mimosa, Monocastas, entre outros). Passou ainda de duas castas (Castelão para os tintos, Fernão Pires para os brancos) para mais de 31 castas (Syrah, Merlot, Trincadeira, Petit Verdot, Alvarinho, entre outras) e de uma adega tradicional para um centro de vinificação moderno com capacidade para a produção de 21 milhões de litros.

«Não há dúvida que temos tido muito trabalho, mas também muito retorno com todo o nosso esforço », salienta a responsável. Olhando para o percurso da Casa Ermelinda Freitas, Leonor Freitas afirma que o sucesso só se consegue aproveitando as oportunidades, sendo um elemento activo desse próprio sucesso. «Não desanimar em altura de crise, termos a preocupação de ter grande qualidade com a melhor relação ao nível de preço, foram algumas das características que nos permitiram singrar. Foi importantíssimo deixar de vender vinho a granel, criando assim marcas próprias que se encontram bem presentes no mercado e são reconhecidas. Todas as distinções que tenho tido e que recebo com grande alegria, orgulho e humildade, mas grande preocupação e responsabilidade, têm sido um incentivo de que temos estado no caminho certo», congratula-se a sócia- -gerente da empresa.

Em prol da sociedade.

Durante esta pandemia, a Casa Ermelinda Freitas iniciou a produção de álcool-gel, uma ideia que nasceu da necessidade resultante da grande procura desta solução no mercado. O objectivo apontava a colaborar com as instituições mais desfavorecidas, lares, prisões, e outras instituições carenciadas de idosos, que não conseguiam ter acesso a esse produto. «Colocámos mãos à obra e obtivemos o álcool, mas não sabíamos como fazer o gel… Nesta altura de dilema, o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) telefonou a perguntar se tínhamos álcool para dispensar para poderem fazer gel, pois sabiam como fazer mas não tinham o álcool necessário», recorda Leonor Freitas.

O Instituto Politécnico de Setúbal forneceu conhecimento e parte química para o processo de concepção e a Vinisol vendeu o álcool a preço reduzido, tendo sido assim possível criar uma conjugação de esforços, que permitiu uma grande aprendizagem em prol da sociedade, ajudando com seis mil litros de álcool-gel. «A Casa Ermelinda Freitas está preocupada com o que se passa com a economia em Portugal e no mundo. Temos imensa alegria poder ajudar aqueles que tanto precisam. Tivemos imensa preocupação que cada funcionário nosso fosse um agente de saúde, dando formação para poderem agir como tal, podendo assim também passar essa responsabilidade a quem os rodeia», explica Leonor Freitas, acrescentando ainda que a empresa fez um donativo para aumentar a produção de viseiras do IPS.

Em expansão contínua.

De forma a expandir a sua presença pelo território português, a Casa Ermelinda Freitas adquiriu, no passado, duas quintas: uma no Douro, outra no Minho. Depois de tantos anos no sector e ter visitado a região do Douro como turista, Leonor Freitas ficou com a emoção do que era trabalhar aquelas terras e vinhas, tendo ficado com a paixão e vontade de um dia ter um “pedaço” de vinha naquela região. «Gosto de lutas, e trabalhar o Douro é um autêntico desafio e coragem. Passaram-se vários anos e, devido a motivos económicos, o sonho só agora se tornou realidade. O Minho não estava nos meus planos, mas tenho de dizer que cada vez estou mais apaixonada pela região e a achar um encanto especial pela mesma.

Estou no início das duas regiões, com as dificuldades inerentes ao começar novos projectos em novas regiões, mas já tenho a alegria de provar o nosso vinho verde e de o ver nas prateleiras das grandes superfícies e reconhecidos e premiados a nível internacional », detalha a responsável da empresa. No que respeita a esse reconhecimento, a grande novidade é a medalha de ouro obtida pelo vinho Campos do Minho, do mais recente projecto da Casa Ermelinda Freitas no Norte, mais propriamente nos vinhos verdes na Quinta do Minho. «Estes dois projectos são de uma dimensão pequena e a minha região continua a ser a que era da minha família: as terras do Sado na região da Península de Setúbal. Mas é uma alegria poder contemplar o nosso país e ver um país pequeno mas tão diferenciador, e que, em cada região, há um tipo de vinho com características diferentes, fazendo de cada vinho um vinho diferenciador e espectacular », afirma Leonor Freitas.

Prestígio internacional Pelo segundo ano consecutivo, a Casa Ermelinda Freitas foi eleita produtor europeu do ano. Para a empresa, trata-se de um orgulho ver o trabalho ser reconhecido, sendo ainda mais gratificante ver a região da Península de Setúbal, bem como Portugal, serem reconhecidos. «A vitória no concurso Sommelier Wine Awards, que decorre em Inglaterra, deixa- -nos muito orgulhosos, mas com a grandiosa tarefa de continuar a fazer o melhor para poder dar aos nossos consumidores os melhores vinhos, aos melhores preços.

É para eles que trabalhamos diariamente e a quem agradecemos por escolherem os vinhos da Casa Ermelinda Freitas», afirma a responsável. Leonor Freitas refere que a Casa Ermelinda Freitas vive o melhor ano de sempre no que toca a prémios e distinções. Nos primeiros três meses do ano, obteve um total de 38 medalhas de ouro e 21 medalhas de prata, destacando- se o prémio Best Of Show Península de Setúbal, atribuído ao vinho Vinha do Torrão Reserva no concurso Mundus Vini 2020 – Edição Primavera. Destaque ainda para as três ProdExpo Star, na competição ProdExpo 2020, que decorre na Rússia, atribuídas aos vinhos Vinha da Valentina Reserva Signature, Vinha do Fava Touriga Nacional 2018 e Valoroso Chardonnay 2018.

 

Fonte: Marketeer